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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cracolândia volta à Chuíça (*). Lembra do massacre ?


Saiu na Folha (**): Tráfico resiste na Cracolândia após 4 meses de operação policial Às vésperas de a ocupação da PM na cracolândia completar quatro meses, a venda e o consumo de drogas permanecem intensos na região. Cercados de usuários, traficantes podem ser encontrados na área oferecendo drogas em diversos momentos do dia, informa reportagem de Afonso Benites publicada na edição desta segunda-feira da Folha. No início do ano, a PM dissera que em 30 dias o tráfico de crack estaria desarticulado na área. Ontem, o chefe da PM na região disse não haver prazo. O amigo navegante deve se lembrar da ofensiva militar de 300 homens que, no inicio do ano, arrasou a Cracolândia e os usuários com armas de fogo. Foi uma razzia. E pareceu uma medida preventiva contra o lançamento do programa do Governo Federal para combater o tráfico e tratar do usuário. Os tucanos de São Paulo sairam na frente, para não se sentirem “sob intervenção”. A Chuíça é um Estado à parte. Agora, está aí o que se previu: o crack derrotou a incompetência tucana. Em 18 anos de Governo, os tucanos afundaram a Chuíça. Segundo a própria Folha(**), parte dos usuários da Cracolândia migrou para a Avenida Roberto Marinho. Breve, ocupará a ponte do “seu” Frias ali perto e se concretizará – literalmente – a Magna Obra do PiG (***) e dos tucanos: marginalizar os viciados em crack, os sub-seres da Chuíça. Paulo Henrique Amorim (*) Chuíça é o que o PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça. (**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores. (***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
MODIFICADO DE: http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/04/30/cracolandia-volta-a-chuica-lembra-do-massacre/

CATASTERS



                                                                    SALVANDO O MUNDO
FONTE: http://catasters.tumblr.com/

Deputados aprovam, na íntegra, Projeto de Busca a Desaparecidos


Em sessão extraordinária na noite de quarta-feira (14/12/11), os deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo aprovaram o Projeto de Lei 463/11, que cria uma Política Estadual de Busca a Pessoas Desaparecidas. O fato foi comemorado pelo autor da proposta, deputado estadual Hamilton Pereira (PT), que nos últimos dias vinha resistindo a tentativas da liderança do governo na Casa de cortar importantes artigos do Projeto para, então, sujeitá-lo à votação em Plenário.
O Projeto propõe o desenvolvimento de um sistema de informações, transferência de dados e comunicação em rede entre os diversos órgãos envolvidos na busca de pessoas desaparecidas, principalmente as Polícias. Prevê ainda que o banco de dados estadual, a ser criado em conexão à rede Infoseg, deverá ser dividido entre informações públicas, de livre acesso via internet, e informações sigilosas, incluindo aí dados genéticos das pessoas desaparecidas.
Outro ponto proposto pelo Projeto é que nenhum corpo ou restos mortais encontrados sejam sepultados como indigentes sem que antes seja realizado o cruzamento de dados e a coleta e inserção de informações no Banco de Dados estadual. "Os hospitais, clínicas e albergues, públicos ou privados, assim como entidades religiosas, comunidades alternativas e outras entidades que acolham pessoas serão obrigados a informar às autoridades públicas os casos de ausência de identificação", explica o deputado. "Os casos de desaparecimentos também deverão ser comunicados pelos órgãos públicos aos veículos de comunicação, que, sem dúvida, colaboram muito na busca dos desaparecidos", completa.
As empresas de telefonia com atuação no estado de São Paulo também são envolvidas no Projeto para efeitos de investigação e busca. A proposta prevê que elas disponibilizem às autoridades, de maneira ágil e imediata, informações sobre o uso do sistema de telefonia fixa e móvel, que levem ao paradeiro da pessoa desaparecida.
Os familiares ou interessados também passam a ser responsabilizados a comunicar aos órgãos públicos sobre o retorno ou encontro da pessoa desaparecida. Da mesma forma, os órgãos públicos também devem incluir as informações de pessoas encontradas no Banco de Dados estadual. "Não há dúvidas de que essas iniciativas demandarão um grande esforço inicial por parte dos órgãos públicos envolvidos, mas o retorno será uma conquista muito importante para a sociedade", defende Hamilton Pereira. Se aprovada pelo Legislativo e Executivo, a Lei deverá ser regulamentada em 90 dias.
Contra Vetos
Segundo Hamilton Pereira, a proposta havia sido apresentada ao Colégio de Líderes da Assembleia Legislativa como prioritária para aprovação ainda em 2011. "A assessoria do líder do governo levou esse projeto para a análise do Executivo e voltou propondo cortar artigos que consideramos fundamentais para que a proposta possa funcionar com eficiência", salientou o parlamentar. "Conseguimos superar essa fase, mas não ficaremos surpresos que o Projeto retornar do Executivo com esses artigos vetados", observa.
Segundo o parlamentar, a iniciativa, desde que foi apresentada, tem mobilizado os movimentos sociais que lutam pela causa. "É exatamente com esse apoio que pretendemos lutar contra os possíveis contratempos que venhamos a ter", afirma Hamilton. Segundo o deputado, um abaixo-assinado eletrônico está sendo realizado para angariar assinaturas em favor da aprovação do Projeto e está disponível no endereço http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=PL463011 .

domingo, 29 de abril de 2012

"Hoje é meu último dia no Banco Goldman Sachs"...


(1) No NYT, carta de despedida um sócio ‘ético’ de Goldman Sachs; e (2) comentário, na lata, de um internauta escolado++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++(1) Por que estou deixando Goldman Sachs13/3/2012, Greg Smith, New York Timeshttp://www.nytimes.com/2012/03/14/opinion/why-i-am-leaving-goldman-sachs.html?_r=1

Hoje é meu último dia no Banco Goldman Sachs. Depois de quase 12 anos de firma – primeiro como estagiário, enquanto estudava em Stanford, depois em New York por dez anos, e agora em Londres – creio que trabalhei por tempo suficiente para entender a trajetória da cultura, o pessoal e a identidade do banco. E posso honestamente dizer que o ambiente é agora tão tóxico e destrutivo como sempre o vi.

Pondo o problema em termos simples, o interesse do cliente continua a ser deixado de lado, pelo modo como a firma opera e pensa sobre fazer dinheiro. Goldman Sachs é dos maiores e mais importantes bancos de investimentos do mundo, e é por demais integrado à finança global, para continuar a agir desse modo. A empresa afastou-se tanto do ponto em que estava quando entrei, logo ao sair da universidade, que já não posso dizer, em boa consciência, que me identifico com o que ela defende hoje.

Essa carta talvez surpreenda o público mais cético, mas a cultura sempre foi parte vital do sucesso de Goldman Sachs. Tinha a ver com trabalho de equipe, integridade, um espírito de humildade, e sempre fazer o melhor para nossos clientes. A cultura foi o tempero secreto que fez a grandeza dessa empresa e valeu-nos a confiança de nossos clientes por 143 anos. Não se tratava só de fazer dinheiro; essa ambição, por ela mesma, não teria mantido empresa alguma por tanto tempo. Tinha algo a ver com orgulho e fé na organização. É triste ter de dizer que olho à volta hoje e não vejo praticamente traço algum da cultura que me fez amar trabalhar aqui, por tantos anos. Já não me orgulho, nem acredito.

Mas nem sempre foi assim. Por mais de uma década, recrutei e orientei candidatos através de nosso difícil processo de seleção e entrevistas. Fui selecionado, entre dez colegas (de uma empresa de mais de 30 mil empregados) para aparecer em nosso vídeo de recrutamento, que é exibido em todos os campus universitários que visitamos, em todo o mundo. Em 2006, gerenciei o programa de verão para estagiários em vendas e comércio em New York para os 80 universitário que foram selecionados, dentre os milhares que se candidataram.

Entendi que era hora de sair, quando me dei conta de que já não conseguia olhar nos olhos dos estudantes e falar-lhe sobre a grande empresa em que trabalhávamos.

Quando se escrever a história de Goldman Sachs, os livros talvez registrem que o atual presidente executivo Lloyd C. Blankfein e o presidente Gary D. Cohn perderam o controle sobre a cultura da firma no período sob o comando deles. Creio firmemente que esse declínio na fibra moral da empresa é a mais grave ameaça que pesa hoje sobre sua sobrevivência de longo prazo.

Ao longo da minha carreira, tive o privilégio de servir como consultor de dois dos maiores fundos hedge do planeta, de cinco dos maiores gerentes de patrimônio dos EUA e de três dos principais fundos soberanos no Oriente Médio e na Ásia. Meus clientes tinham patrimônio total de mais de um trilhão de dólares. Sempre senti muito orgulho de aconselhar meus clientes a fazer o que eu acreditava que fosse o correto para eles, inclusive quando significasse menos dinheiro para o banco. Essa atitude é cada dia menos popular no Banco Goldman Sachs. Mais um sinal de que é hora de partir.

Como chegamos ao ponto em que estamos? A empresa mudou o modo como vê a liderança. Antes, liderança era questão de ideias, de dar o exemplo, de fazer a coisa certa. Hoje, se você fizer muito dinheiro para o banco (e conseguir não ser condenado como assassino serial) você será promovido e terá posto influente.

Qual o caminho mais rápido até lá? a) “Malhar” muito, que é a palavra que o Banco Goldman usa para o trabalho de convencer o cliente a investir nas ações e outros produtos dos quais o banco esteja querendo livrar-se porque são vistos como sem potencial de lucros. b) “Matar o Elefante”. Em inglês: conseguir empurrar para o cliente – alguns muito sofisticados, outros não – qualquer coisa cuja venda gere o maior lucro para o Goldman. Chamem-me de antiquado, mas não gosto de vender aos meus clientes produtos que não sejam os mais indicados para cada um. c) Faça de sua sala um lugar onde a principal atividade seja vender qualquer papel sem liquidez, o mais opaco possível, conhecido só por uma sigla obscura.

Hoje, muitos desses líderes exibem uma cultura Goldman Sachs de exatos 0%. Participei de reuniões de vendas de derivativos em que não se consumia nem meio minuto com perguntas sobre como ajudar o cliente. Só se discutiam modos como arrancar deles a maior quantidade possível de dinheiro. Se um marciano aparecesse numa daquelas reuniões, logo concluiria que o sucesso do cliente absolutamente não era problema de nenhum dos presentes, nem interessava ao processo.

Eu fico doente de ver o à vontade com que aquelas pessoas falam sobre “descascar o cliente”. Nos últimos 12 meses, vi cinco diferentes diretores referirem-se aos próprios clientes como “os Muppets”, algumas vezes em e-mails internos. Mesmo depois da US Security and Exchange Comission, do Fabulous Fab[1], Abacus[2], “God’s work”[3], Carl Levin[4], “Vampire Squids”[5]? Nenhuma humildade? Quer dizer... Vamos e venhamos! Integridade? Acabou. Não sei de nenhum comportamento ilegal, mas continuarão a empurrar aos clientes, mentindo que são “lucro certo”, investimentos complexos, mesmo quando nada têm a ver com os objetivos e interesses do cliente? Sim, sem dúvida alguma. De fato, é o que fazem todos os dias.

Surpreende-me sempre que a alta gerência ignore uma verdade tão básica: se os clientes não confiam em você, mais dia menos dia eles partirão. E não importa o quanto você se ache espertíssimo.

Atualmente, a pergunta que mais ouço dos analistas juniores sobre derivativos é “Quanto dinheiro se pode arrancar do cliente?” É pergunta que me incomoda sempre que a ouço, porque é reflexo evidente do que veem nos superiores e do modo como os veem atuar. Projetem então um futuro de dez anos: ninguém precisa ser engenheiro de foguetes para prever que o analista júnior, sentado e ouvindo atentamente aqueles discursos sobre “muppets”, “arrancar os olhos dele” e “ver o lucro” não será cidadão modelo.

Quando eu trabalhava como analista iniciante, não sabia onde ficava o banheiro e nunca usara sapatos sociais. Aprendi ali a amarrar sapatos; aprendi o que é um derivativo, a entender de finanças, conheci nossos clientes e o que os motivava, como entendiam o sucesso e o que podíamos fazer para ajudá-los a chegar lá.

Os momentos dos quais mais me orgulho na vida – conquistar bolsa integral para estudar na Stanfor University da África do Sul, ser selecionado como finalista nacional e ganhar medalha de bronze nas Macabíadas em Israel, em tênis de mesa – foram vitórias ganhas com muito esforço, sem atalhos. Goldman Sachs hoje só tem a oferecer lições sobre atalhos, nada sobre realização pessoal. Já nada ali me parece certo.

Espero que essa carta sirva como sinal de alerta aos diretores. É preciso voltar a concentrar-se no cliente. Sem clientes, nenhum banco faz dinheiro. De fato, vocês nem existem, sem clientes. Varram daí a turma da bancarrota moral, e não importa quanto dinheiro façam para o Banco. E voltem à cultura certa, para que as pessoas que trabalhem para vocês trabalhem pelas razões certas. Gente que só pensa em fazer dinheiro não manterá de pé esse banco – nem manterá a confiança dos clientes – por mais muito tempo.
(2) Resposta de um leitor escolado, pela internet, na lata:
TH, MN

Não me parece que alguma coisa tenha mudado muito no Goldman Sachs nos últimos 12 anos. Greg Smith deve ter começado a trabalhar lá logo depois do colapso da bolha da internet, do qual GS foi agente ativo, inflando empresas que não tinham nenhum verdadeiro projeto de negócios. Daí, se mudaram imediatamente para a bolha das hipotecas podres e produtos (podres) derivados. Portanto, a única coisa que pode ter mudado nos últimos 12 anos não foi a cultura do Goldman Sachs: foram os olhos do próprio Greg Smith.

A única coisa que realmente mudou no Goldman Sachs foi que, em 1999, passou a ter ações na bolsa, pouco antes da chegada de Greg Smith. De repente, os riscos passaram, dos ombros dos proprietários privados para os ombros dos acionistas, o único objetivo passou a ser a distribuição de dividendos trimestrais, e a administração foi liberada para fazer o que lhes desse na telha, porque as consequências não recaíam sobre eles. Criou-se assim um espaço gigantesco para ganhar dinheiro pelas frestas, o risco moral. E nada se fez, até hoje, para controlar isso. (14/3/2012. 169 leitores recomendaram esse comentário)

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[1] Sobre esse escândalo que envolveu um corretor do GS e seus e-mails financeiros-sexuais assinados por “Fabulous Fab”, ver 26/4/2010, http://www.reuters.com/article/2010/04/26/us-goldman-emails-idUSTRE63O26E20100426 [NTs]
[2] Outro escândalo de “hipotecas tóxicas”, envolvendo o mesmo corretor de GS. Ver 16/4/2010,http://www.telegraph.co.uk/finance/newsbysector/banksandfinance/7599970/Goldman-Sachs-Fabrice-Tourre-and-the-complex-Abacus-of-toxic-mortgages.html [NTs]
[3] Lloyd Blankfein, CEO de Goldman Sachs, em depoimento à Comissão de Inquérito sobre a Crise Financeira, dia 13/1/2010, disse que GS fazia “trabalho de Deus” (emhttp://www.youtube.com/watch?v=lR6jivz3m4M&feature=related) [NTs].
[4] Senador Democrata, presidente da Subcomissão Permanente de Investigações do Senado, que insistiu para que os executivos de GS fossem acusados e julgados. Sobre isso, ver 14/4/2011, http://crooksandliars.com/susie-madrak/sen-carl-levin-wants-goldman-sachs-ex[NTs].
[5] “Polvos vampiros sugadores”. É expressão que apareceu em artigo de Matt Taibbi, na revista Rolling Stone. Ver 13/12/2001, imagens emhttp://www.rollingstone.com/politics/photos/the-squidding-of-goldman-sachs-20111213 [NTs]
VIA: http://grupobeatrice.blogspot.com.br/2012/03/hoje-e-meu-ultimo-dia-no-banco-goldman.html

Notícias do “fim do mundo”*


A imprensa noticia que, no Tribunal de Justiça do Maranhão, importantes assessores vendem sentenças, sem cerimônia, a qualquer um que queira e possa pagar o alto preço da tabela. Diante do problema, o desmoralizado governo de Roseana se apressa em dizer, sem convencer muita gente, que “não tem nenhum desembargador envolvido” neste propagado mercado... Junto ao escândalo, prenderam alguns bois de piranha e o assunto circulou a todo vapor na opinião pública. Mas, na Assembleia Legislativa do Estado - o parlamento maranhense - ninguém teve muito tempo para parlar sobre o caso, afinal, os “nobres” deputados, estavam muito ocupados, em reuniões secretas, decidindo se iriam receber 13, 15, 18 ou 50 salários ao longo de um ano. Assim tem sido o Maranhão. O estado brasileiro conhecido por muitos como “o fim do mundo”, que vive há quase meio século sob o comando e a influência do atual presidente do Senado brasileiro. Um lugar onde, até hoje, existe todo um ambiente para a encomenda de assassinatos de quilombolas, sem terra, assentados, índios, professores, jornalistas... Em alguns casos, as vítimas são executadas com armas de uso exclusivo da própria polícia. No mês de abril de 2012, dois desses assassinatos, executados por pistoleiros profissionais, nos chamaram a atenção. O primeiro, no dia 14, em Buriticupu, quando mataram Raimundo Alves Borges, o Cabeça, um trabalhador rural. Já no dia 23, a vítima foi Décio Sá, conhecido jornalista de São Luís, funcionário do Sistema Mirante (ligado à Rede Globo). E é exatamente neste oprimido e roubado Maranhão - violento e com os piores índices de Desenvolvimento Humano do país - que a Alumar, a maior produtora de Alumínio da América Latina, neste mesmo mês de abril, sentiu-se à vontade para fazer um grande jogo de cena, para justificar o pedido de mais e mais isenção fiscal. Enfim, combinado com as autoridades locais, querem continuar tirando vantagens desta sofrida população, onde muitos morrem de bala e outros tantos sucumbem à fome. Trata-se do mesmíssimo Maranhão, onde as casas dos índios Awá Guajá são literalmente queimadas por madeireiros, com indícios de que uma criança teria sido queimada viva! E os madeireiros em questão, em alguns casos, ocupam cargos de prefeito, deputado ou secretário de Estado. E quando a imprensa alternativa trata dessa violência, como foi o caso da pessoa carbonizada, as autoridades, ligadas ao banditismo reinante, se apressam em querer desqualificar a denúncia e fazer o jogo dos madeireiros chapa branca. Neste mês de abril, houve uma boa notícia, comemorada por todos que são solidários a causa dos índios. O Tribunal Regional Federal (TRF) confirmou a sentença do juiz federal José Carlos Madeira, em favor dos Awá-Guajá. De acordo com a decisão judicial, ficam demarcadas as terras indígenas nos municípios maranhenses de Carutapera, Bom Jardim e Zé Doca. Pela lei, a terra é dos índios. O problema é que, nesta mesma região, existe o interesse da empresa Agropecuária Alto Turiaçu (Grupo Schahin): cerca de 90% da área que ela ocupa encontra-se nas terras dos Awá. Esta empresa, entre outras coisas, tem ligações antigas com o atual secretário estadual de agricultura, Claudio Azevedo Donizete, da Associação dos Criadores de Gado do Maranhão (por "coincidência", é a mesma associação a qual é ligado um dos envolvidos no escândalo do TJ-MA). Está determinado, pela Justiça Federal, que a UNIÃO e a FUNAI promovam o registro da área demarcada, num prazo de um ano, com a remoção das pessoas não-índias e desfeitas as construções edificadas. O que preocupa é, exatamente, o fato do Maranhão ser essa terra sem lei e, em torno do direito dos indígenas, existir este consórcio que envolve figuras da FUNAI, do Grupo Schahin, madeireiros, prefeitos da região e representantes do governo do Estado, enfim, vários tentáculos das organizações Sarney. E, com um time desses jogando junto, tem restado aos Awá a violência e a morte. Nesta nossa edição, gostaríamos de falar de tudo isso separadamente e não apenas num editorial. Cada um desses assuntos precisa de muita visibilidade, debate e participação da opinião pública. Por isso, cada um deles merecia uma matéria especial, publicada em pelo menos duas páginas. Mas, hoje, no atual estágio em que nosso projeto se encontra, não temos ainda pernas para acompanhar toda a barbárie vivenciada pela sociedade maranhense. Este editorial, então, foi a parte que nos coube, o que nos foi possível neste momento encharcado de sangue e notícias ruins. Gostaríamos muito, por exemplo, de ter acompanhado de perto e poder participar das manifestações de protesto, ocorridas em Buriticupu, durante o enterro de Raimundo Alves Borges, o Cabeça. O assassinato dele é extremante simbólico, pois está ligado a um dos problemas mais sérios do Maranhão: o velho e dramático conflito pela posse da terra. Trata-se de um trabalhador rural, que morava num assentamento e esteve, há mais de 20 anos, na grande luta pela terra que deu origem ao município de Buriticupu, numa guerra onde morreram 54 pessoas. Duas décadas depois, ele é assassinado por que estava denunciando a grilagem de sempre e um esquema de compra e venda de lotes para reforma agrária. Foi mais uma vítima de pistoleiros. Os executores chegaram numa moto e deram vários tiros na cabeça dele. Raimundo era um militante social, fundou um sindicato ligado a agricultura familiar, era das Comunidades Eclesiais de Base e do Fórum de Políticas Públicas de Buriticupu. Sobre o seu caixão, foi colocada uma bandeira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Tinha 53 anos e deixou mais de 15 filhos. O crime se deu bem próximo da sua casa. No caso do assassinato de Décio Sá, encaramos o assunto como mais um caso trágico, nesta lista de barbaridades que ocorrem no Maranhão. O que causa perplexidade na opinião pública, é que se trata de uma pessoa bastante conhecida, um profissional liberal, que, além de tudo, trabalhava exatamente para a poderosíssima estrutura de José Sarney. Em nossa opinião, o jornalista foi mais uma vítima deste ambiente de impunidade (e de imenso atraso!) que os ex-patrões dele, fazem questão de manter e aprofundar. Então, caros leitores, neste momento em que o Maranhão vive agitado por tantas notícias ruins (umas mais divulgadas, outras quase omitidas) estamos publicando uma entrevista que consideramos histórica, com o engenheiro e ex-deputado federal Domingos Freitas Diniz. Ele é, sem sombra de dúvidas, uma das figuras mais importantes da política maranhense dos últimos cinquenta anos. Consideramos sua importância, não pelos cargos e funções de poder, mas, tendo como referência, o interesse público. Os assuntos que nós tratamos com Freitas, nesta nossa 31ª edição, têm relação, direta ou indireta, com todos estes tristes acontecimentos citados por nós e ocorridos neste abril de 2012. É a questão da máfia, da estrutura oligárquica, do latifúndio, dos enclaves, da violência, da intolerância, enfim, do atraso profundo, deste pedaço de chão que alguns insistem em tratar como o lugar onde o diabo perdeu as botas... *Este é o editorial da 31º edição do Jornal Vias de Fato que começou a circular neste final de abril.
 FONTE: http://neutoncesar.blogspot.com.br/

Gilson Caroni Filho: O que move o partido impresso


por Gilson Caroni Filho A leitura diária dos jornais pode ser um interessante exercício de sociologia política se tomarmos os conteúdos dos editoriais e das principais colunas pelo que de fato são: a tradução ideológica dos interesses do capital financeiro, a partitura das prioridades do mercado. O que lemos é a propagação, através dos principais órgãos de imprensa, das políticas neoliberais recomendadas pelas grandes organizações econômicas internacionais que usam e abusam do crédito, das estatísticas e da autoridade que ainda lhes resta: o Banco Mundial (BIrd), o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização Mundial do Comércio (OMC). É a eles, além das simplificações elaboradas pelas agências de classificação de risco, que prestam vassalagem as editorias de política e economia da grande mídia corporativa. Claramente partidarizado, o jornalismo brasileiro pratica a legitimação adulatória de uma nova ditadura, onde a política não deve ser nada além do palco de um pseudo-debate entre partidos que exageram a dimensão das pequenas diferenças que os distinguem para melhor dissimular a enormidade das proibições e submissões que os une. É neste contexto, que visa à produção do desencanto político-eleitoral, que deve ser visto o exercício da desqualificação dos atores políticos e do Estado. Até 2002, era fina a sintonia entre essa prática editorial e o consórcio encastelado nas estruturas de poder. O discurso “modernizante” pretendia — e ainda pretende — substituir o ”arcaísmo” do fazer político pela “eficiência” do economicamente correto. Mas qual o perigo do Estado para o partido-imprensa? Em que ele ameaça suas formulações programáticas e seus interesses econômicos? O Estado não é uma realidade externa ao homem, alheia à sua vida, apartada do seu destino. E não o pode ser porque ele é uma criação humana, um produto da sociedade em que os homens se congregam. Mesmo quando ele agencia os interesses de uma só classe, como nas sociedades capitalistas, ainda aí o Estado não se aliena dos interesses das demais categorias sociais. O reconhecimento dos direitos humanos, embora seja um reconhecimento formal pelo Estado burguês, prova que ele não pode ser uma instituição inteiramente ligada aos membros da classe dominante. O grau maior ou menor da sensibilidade social do Estado depende da consciência humana de quem o encarna. É vista nesta perspectiva que se trava a luta pela hegemonia. De um lado os que querem um Estado ampliado no curso de uma democracia progressiva. De outro os que só o concebem na sua dimensão meramente repressiva; braço armado da segurança e da propriedade. O partido-imprensa abomina os movimentos sociais os sindicatos (que não devem ter senão uma representatividade corporativa), a nação, antevista como ante-câmara do nacionalismo, e o povo sempre embriagado de populismo. Repele tudo que represente um obstáculo à livre-iniciativa, à desregulamentação e às privatizações. Aprendeu que a expansão capitalista só é possível baseada em ”ganhos de eficiência”, com desemprego em grande escala e com redução dos custos indiretos de segurança social, através de reduções fiscais. Quando lemos os vitupérios dos seus principais articulistas contra políticas públicas como Bolsa Família, ProUni e Plano de Erradicação da Pobreza, dentre outros, temos que levar em conta que trabalham como quadros orgânicos de uma política fundamentalista que, de 1994 a 2002, implementou radical mecanismo de decadência auto-sustentada, caracterizada por crescentes dívidas, desemprego e anemia da atividade econômica. Como arautos de uma ordem excludente e ventríloquos da injustiça, em nome de um suposto discurso da competência, endossaram a alienação de quase todo patrimônio público, propagando a mais desmoralizante e sistemática ofensiva contra a cultura cívica do país. Não fizeram — e fazem — apenas o serviço sujo para os que assinam os cheques, reestruturam e demitem. São intelectuais orgânicos do totalitarismo financeiro, têm com ele uma relação simbiótica. E é assim que devem ser compreendidos: como agentes de uma lógica transversa. Merval Pereira, Miriam Leitão, Sardenberg, Eliane Catanhede, Dora Kramer e outros mais necessitam ser analisados sob essa perspectiva. É ela que molda a ética e o profissionalismo de todos eles. Sem mais nem menos. FONTE: http://www.viomundo.com.br/politica/gilson-caroni-filho-o-que-move-o-partido-impresso.html

Provisão


Você acredita que o dano ambiental das sacolas plásticas foi exagerado para vetar sua distribuição gratuita e assim aumentar as vendas desses insumos? Economiza água, eletricidade e combustível, separa o lixo criteriosamente, escolhe produtos orgânicos, resiste ao consumismo desenfreado e afinal gostaria que seus esforços cotidianos pela preservação dos recursos naturais fossem devidamente reconhecidos? Cansou de ser lesado/a por superstições ecológicas que servem apenas para inocentar os verdadeiros poluidores e enriquecer os oportunistas que bancam lobbies nos parlamentos? Então, meu caro consumidor, minha querida cidadã, se os legisladores ainda não obrigaram a venda de embalagens plásticas onde você mora, trate de provisioná-las antes que seja tarde. Em São Paulo, por exemplo, o arbítrio começa a valer em janeiro. Mande às favas a consciência pesada: os políticos não estão de fato preocupados com o planeta – se estivessem, obrigariam a distribuição gratuita das ótimas sacolas retornáveis ou de embalagens reforçadas de papel, tratariam de investir na separação e na reciclagem do lixo e, principalmente, fechariam as indústrias que despejam toneladas de espuma fétida nos rios de todas as metrópoles. Não, políticos e supermercadistas só querem o suado larjã do contribuinte. E as pequenas contravenções que alimentarão seu estoque (se é que de fato podem ser consideradas irregulares) ajudarão a salvar o planeta como você tanto fez até agora e continuará fazendo. Transforme a visita aos supermercados, quitandas e empórios numa batalha pela própria integridade pessoal. Preocupe-se apenas em ludibriar os vigilantes do estabelecimento. Para o lixo doméstico, prefira aqueles sacos transparentes destinados a frutas e legumes: possuem diversos tamanhos, adequados à lixeira de casa, e são mais fáceis de furtar. Pegue quantos puder, enchendo os bolsos, espalhando volumes. Um limão, um saco. Uma pêra, outro saco. Arranca, arranca, arranca, guarda tudo, arranca outro e só então mete nele uma batata. Nos caixas, insira cada pequeno objeto em sacolas separadas. Quando ninguém estiver olhando, surrupie um chumaço e enfie junto às compras. Depois cuide do tesouro, sabendo que cedo ou tarde ele será item de contrabandista. Esteja atento a novas oportunidades. “Quer uma sacolinha?” Sim, sempre. Várias. Mesmo que pequeníssimas, pois haverá lixinhos no carro, no escritório, para o Lulu incontinente. E, bolas, todos precisamos carregar coisas em suportes com alças. Talvez seja um paliativo para gastos inevitáveis, mas não deixa de representar alguma economia (cada saquinho pode custar R$ 0,50 no varejo), especialmente para quem possui famílias numerosas. E sempre restará o alento de contrariar, mesmo que por poucos meses, esses energúmenos que se apropriam das boas causas. FONTE: http://guilhermescalzilli.blogspot.com/2011/12/provisao.html

sábado, 21 de abril de 2012

Guerra à moda do Óleo-gasodutostão


Pepe Escobar, Asia Times Online http://www.atimes.com/atimes/South_Asia/NC16Df01.html A mensagem da secretária de Estado dos EUA Hillary (Viemos, vimos, ele morreu”) Clinton ao Paquistão foi curta e grossa: tentem dar tocar adiante o gasoduto Irã-Paquistão (IP), e acabamos financeiramente com vocês. Islamabad, com a economia em cacos, vivendo em terra de apagão elétrico e desesperada para conseguir energia, tentou argumentar. O mais alto funcionário do Ministério de Petróleo e Recursos Naturais Muhammad Ejaz Chaudhry repetiu que o gasoduto IP, de 2.775km e $1,5 bilhão, era absolutamente crucial para a segurança energética do Paquistão. Caiu em ouvidos surdos. Clinton evocou as sanções “especialmente danosas” – associadas ao movimento de Washington para isolar o Irã por todos os meios existentes e a campanha sem limites para obrigar especialmente a Índia, a China e a Turquia a cortar suas importações de petróleo e gás iranianos. Dado que Washington continua fracassando nos esforços para interromper os avanços do Óleo-gasodutostão na Ásia Central – isolando o Irã e contornando a Rússia –, tornou-se agora caso balístico de vida ou morte impedir, custe o que custar, a integração entre o sudoeste e o sul da Ásia, do campo-gigante de gás iraniano de South Pars até as províncias paquistanesas do Baloquistão e de Sindh. O óleo-gasoduto Irã-Paquistão, IP, vale relembrar, é o original IPI (Irã-Paquistão-Índia) de $7 bilhões, também conhecido como “o óleo-gasoduto da paz”. A Índia caiu fora em 2009, sob pressão furiosa e incessante que sofreu dos governos George W Bush e, depois, Barack Obama. A Índia ganhou acesso a tecnologia nuclear para objetivos civis. A China, por sua vez, ainda está de olho na possibilidade de estender o IP do porto de Gwadar, cruzando até o norte do Paquistão ao longo da rodovia Karakoram, até Xinjiang. A China já está ajudando Islamabad a construir reatores nucleares civis – como parte da política de segurança energética do Paquistão. O Industrial and Commercial Bank of China Ltd. (ICBC), maior banco da China e primeiro do mundo em empréstimos, já estava posicionado como assessor e conselheiro financeiro do IP. Mas então, considerando o que se via escrito nas estrelas (sanções), passou a “mostrar menos interesse”, como Islamabad decidiu divulgar. O ICBC está completamente fora do negócio? Não exatamente. Pelo menos segundo o porta-voz do ministro paquistanês do Petróleo, Irfan Ashraf Qazid: “O banco ICBC continua engajado no projeto do óleo-gasoduto IP e as negociações prosseguem”. Um megabanco como o ICBC, com zilhões de interesses globais, tem de ser cauteloso, se se trata de desafiar a máquina de sanções de Washington; mas há outras opções de financiamento a encontrar, outros bancos ou acordos em nível de governo com China e Rússia. A ministra de Relações Exteriores do Paquistão Hina Rabbani Khar acaba de deixar isso muito claro. O Paquistão precisa muito do gás que começará a fluir em dezembro de 2014. Islamabad e Teerã já acertaram o preço. O trecho iraniano de 900km já está construído; o do Paquistão está começando a ser construído, pela empresa ILF Engineering, da Alemanha. A agência IRNA do Irã disse que o Paquistão anunciou que o projeto IP prossegue. Deve-se prever que a imprensa ocidental passe a dizer que os chineses assustaram-se e desistiram. E o IPC? Quem se interessa? Para Washington, a única via que resta é outro gambito no Óleo-gasodutostão – o perenemente tumultuado óleo-gasoduto TAPI (Turcomenistão-Afeganistão-Paquistão-Índia). Ainda que se pressuponha que encontre financiamento; ainda que se pressuponha que os Talibãs recebam sua parte (aspecto que já fez desmoronar negociações entre os Talibã e o governo Clinton e, depois, o governo Bush); e mesmo que se assuma, até, que o óleo-gasoduto TAPI não seja bombardeado de hora em hora pelos mujahideen desde a pedra inaugural, o TAPI só estará pronto, otimistamente, em 2018. E Islamabad não pode simplesmente esperar até lá. Como seria de esperar, a campanha de Washington contra o IP foi incansável – incluindo, é claro, guerra clandestina. Islamabad está convencida de que a CIA, a agência indiana de inteligência RAW, o Mossad israelense e o MI-6 britânico conspiram ativamente para conseguir, seja como for, que uma espécie de Baloquistão Ampliado decida levantar-se em armas para separar-se do governo central. Todas essas agências têm andado, mais ou menos à moda líbia, financiando e armando grupos de dissidentes baloques. Não por amor à independência – mas como via para balcanizar o Paquistão. Para arrematar a fúria de Washington, o Irã dito “isolado”, vai começar a exportar mais 80 mil barris/dia de petróleo para o Paquistão; e já alocou $250 milhões para financiar o trecho paquistanês do óleo-gasoduto Irã-Paquistão, IP. Tudo isso tem potencial para virar coisa muito, muito mais feia. Nada conseguirá conter a fúria que Washington aplicará na operação para esmagar o IP. Do ponto de vista do Irã pressionado e de uma economia estrangulada no Paquistão – e também do ponto de vista da China – trata-se aqui da Grade Asiática de Segurança Energética [orig. Asian Energy Security Grid]. O chinês ICBC talvez esteja (mais ou menos) fora. Mas a coisa toda pode ficar ainda mais suculenta, se Pequim decidir entrar na roda e converter o óleo-gasoduto Irã-Paquistão, IP, em óleo-gasodutostão IPC, Irã-Paquistão-China. Washington terá coragem para desafiar Pequim cara a cara? VIA: http://grupobeatrice.blogspot.com.br/2012/03/guerra-moda-do-oleo-gasodutostao.html

Bolsas mundiais perderam quase US$ 6,3 trilhões em 2011


Os mercados financeiros mundiais perderam quase US$ 6,3 trilhões neste ano, impactados pela crise financeira na zona do euro, aponta levantamento da Bloomberg citado pelo jornal "Financial Times". De acordo com os dados, a capitalização do mercado global de ações caiu 12,1%, para US$ 45,7 trilhões, em 2011, enquanto o euro terminou o ano com o pior desempenho entre as principais moedas do mundo, depois de finalmente começar a sucumbir aos problemas financeiros e econômicos do continente, em dezembro. Segundo o texto do "FT", o euro conseguiu se manter resistente por boa parte do ano --prejudicando fundos de hedge que haviam apostado em um declínio mais forte--, mas acabou atingindo o nível mais baixo em dez anos conta o iene japonês, e está próximo de baixas contra o dólar que atingiu há um ano. "Os investidores estavam mais otimistas no começo do ano, mas conforme ele foi passando, eles foram forçados a cair na real sobre os níveis de dívida no mundo ocidental", afirmou ao "FT" Navtej Nandra, chefe internacional da Asset Management do Morgan Stanley. Para o mercado acionário dos Estados Unidos, o ano de 2011 foi uma longa e agitada jornada sem destino. O S&P 500 sofreu fortes oscilações no pregão da sexta-feira, mas encerrou praticamente estável um ano cheio de drama e temores. Ele recuou meros 0,003%, sua menor variação anual desde 1947, segundo a Standard & Poor's. No Brasil, os problemas externos fizeram com que a Bolsa de Valores fechasse o ano como a pior opção de investimento. Depois de registrar relativa estabilidade em 2010, com alta de 1,04%, a Bovespa registrou queda de 18,11% neste ano. "Ao longo do ano, o mercado recebeu diversas notícias ruins sobre a Europa, sobre o agravamento da situação norte-americana e o arrefecimento do ritmo de crescimento nos países emergentes", afirmou William Alves, analista da XP Investimentos. O desempenho da Bolsa neste ano foi o terceiro pior desde o início do Plano Real, em 1994. A queda só perde para os anos de 2008 (-41,22%) e 1998 (-33,46%). Fonte:Folha.com VIA: http://fusoesaquisicoes.blogspot.com/2011/12/bolsas-mundiais-perderam-quase-us-63.html

GERADOR DE ULTRAFREQUÊNCIA - "SONIDO ESTRIDENTE"


Ejercito de Honduras usa armaselectrónicas de última generación Por Francisco Romero Rebelión El día de ayer, después del brutal desalojo de los miembros de la resistencia que habían llegado a defender al presidente Zelaya, algunos medios internacionales y nacionales mostraron un artefacto extraño montado en un trípode sobre una camioneta doble cabina Toyota con placas particulares -lo que es un detalle muy interesante que apuntaría a empresas privadas, muy probablemente de seguridad, como ya hay israelíes operando en el país- de forma circular, con forma de reflector, de aproximadamente un metro de diámetro y de un material gris claro, aparentemente conectado con otro dispositivo, con apariencia de bocina de alta potencia, como un gran twiter de color negro de forma rectangular y operado por personal del ejército, usando unas vistosas orejeras color naranja, dirigieron hacia la embajada de Brasil. Después de unos instantes se escuchó un agudo y fortísimo ruido, por el cual, las personas tuvieron que cubrirse inmediatamente los oídos para no sufrir por la acción del artefacto.El recuerdo obligado son los altavoces instalados por los nazis en los guettos de Varsovia o cualquier otra ciudad o campo de concentración bajo la ocupación nazi durante la segunda guerra mundial. Pero la cosa no parece ser tan sencilla, como si fuera un aparato de guerra psicológica. La cosa parece más complicada. Habría que responder a muchas preguntas: ¿Qué clase de dispositivo es éste? ¿Es un generador de ultrafrecuencia o es otra cosa? ¿De donde vino? ¿Quién se lo proporcionó al ejército hondureño? ¿Con qué intenciones? ¿Quién dio la orden de usarlo? ¿Qué daños provoca a quienes se ven expuestos a su acción? ¿Es un dispositivo permitido de guerra electrónica? ¿O el uso de estos dispositivos es un crimen de lesa humanidad? Son estas y muchas otras preguntas las que deberán responder Micheletti, Romeo Vásquez y los jefes militares y policiales que han recibido ese equipo y que han decidido ponerlo en uso sin ninguna preocupación por las posibles consecuencias fatales para quienes sean expuestos.Algo que arroja un poco de luz sobre este extraño asunto es una llamada recibida en radio globo, muy temprano esta mañana desde Suecia. Un salvadoreño que vive allá, informó de que eventualmente podrían estarse usando generadores de ultrafrecuencia, ultrasonido o de de microondas contra personas civiles. Si este es el caso, estaríamos ante un caso claro de crimen de lesa humanidad cometida por los militares. Es de conocimiento publico que los militares de paises del norte han desarrollado una serie de armamentos electrónicos de ultima generación que -no sabemos aun- si han sido usados en conflictos bélicos, pero que hay abundante documentación de su fabricación, forma como funcionan y efectos que producen en las personas. Uno de ellos es el llamado “cañón de dolor” o “rayo de dolor” fabricado por la corporación Raytheon, una de las principales contratistas militares de varios ejércitos del mundo, especialmente del estadounidense, es solo un ejemplo. Cito de un sitio en Internet que nos explica mejor lo que es y como funciona este dispositivo."Éste es un VMADS (Sistema Activo de Negación Montado sobre Vehículo, según sus siglas en ingles) no es un arma letal, pero sí muy eficaz. Su munición consiste en haces de radiación electromagnética de 95 gigaherzios, frente a los 2.45 de un horno domestico de microondas, la persona que recibe el trallazo de energía nota una quemazón similar a la que sentiría si se aplicara una bombita sobre la piel, ya que las moléculas de agua de la epidermis impactada alcanzan una temperatura de 55ºC.” “Desarrollado por el ejeército estadounidense, el cañón sirve en teoría para dispersar multitudes, aunque las voces criticas denuncias que todavía no se conocen del todo bien sus efectos secundarios.” Así trabaja “El objetivo percibe una intensa sensación de quemadura que solo desaparece al salir del alcance del rayo. Las microondas viajan a la velocidad de la luz. La antena trasmite un haz invisible de energía electromagnética concentrada que calienta la piel hasta los 55ºC sin causar daño permanente. El sistema es efectivo a más de 750 metros. Los electrones se aceleran en una cámara de vacío, creando ondas de alta frecuencia. Las moléculas son sometidas a un “baile caliente”. Es probable que algunas de estas armas estén siendo apuntadas a la embajada de Brasil. Si las usan en su contra pueden terminar asesinando o hiriendo seriamente a todas las personas que estén en el radio de acción de esas armas.La pregunta obligada es ¿Quién está proporcionando armas electrónicas al ejército de Honduras? De nuevo, denuncias hechas a través de Radio Globo, nos dan pistas. Se denunció hace unos días que quien está entrenando y dirigiendo a las fuerzas represoras es un general retirado israelí. Nuevamente nos surgen muchas otras preguntas a partir de esta revelación. ¿Quién es ese misterioso general retirado israelí? ¿Qué intereses tiene en Honduras? ¿Qué conexiones tiene que puede acceder a ese tipo de material y “donarlo” o venderlo a un país como Honduras? ¿A cuenta de qué estaría proporcionando ese tipo de material?Hace unas semanas concluyó un periplo de alto nivel del régimen israelí por Latinoamérica. Son claros sus intereses en la región cuando ve debilitada su posición internacional y su influencia en la geopolítica global. Esta puede ser una de las razones por las que -entre bastidores- estarían apoyando con asesores y equipos sofisticados al régimen golpista de Micheletti. Seguiremos investigando estas relaciones. Fonte: Rebelión..... Postado por Celso Martins da Silveira Júnior
FONTE: http://amigosdatvbrasil.blogspot.com/2009/09/gerador-de-ultrafrequencia-sonido.html

CATASTERS

GATÁSTROFE DO DIA

FONTE: http://catasters.tumblr.com/

domingo, 15 de abril de 2012

Energia solar integrará matriz energética do País dentro de 5 anos

VINICIUS LUCAS

O secretário nacional de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Altino Ventura, afirmou nesta quinta-feira (12) que, em quatro ou cinco anos, a energia solar deverá ter um custo competitivo e passará a integrar a matriz energética brasileira. Segundo ele, o custo de geração desse tipo de energia é três a quatro vezes maior do que o de outras fontes, o que impede que ele seja competitivo.

No entanto, como o custo desse tipo de energia cai, em média, de 15% a 20% ao ano, Ventura acredita que, em no máximo cinco anos, seja possível vislumbrar plantas de geração fotovoltaica (energia solar), voltadas para a distribuição em grande escala e leilões de compra e venda de energia, assim como ocorre hoje com a eólica (gerada a partir da força dos ventos).

“Na medida em que o investidor consiga fazer com custos menores e tenha uma tarifa que a sociedade deseja, a alternativa se desenvolve”, disse Ventura, em seminário sobre energia solar no Rio de Janeiro.

O secretário afirma que o desenvolvimento da energia solar dependerá do mercado. Segundo ele, o governo, apesar de ter interesse em incentivar essa fonte energética, não forçará sua adoção. “O Ministério de Minas e Energia não vai obrigar uma alternativa de custo mais elevado que as opções que o País tem [atualmente]”, destacou.

De acordo com ele, quando o governo lançou o primeiro leilão de energia eólica, o custo médio por megawatt-hora era R$ 180, enquanto o custo de outras energias era R$ 130. Com o leilão, o custo da energia eólica foi negociado a R$ 150 o megawatt-hora, aproximando o valor da média do mercado.

No caso da energia solar, o custo é muito superior, já que oscila entre R$ 300 e R$ 400, a média das outras fontes de energia é R$ 100. “Quando lançamos o leilão da eólica, sabíamos que ela tinha um custo mais caro. Mas era um ‘caro’ razoável. Esse quadro ainda não está acontecendo com a solar.”

Segundo Ventura, o Brasil tem condições geográficas e climáticas muito favoráveis ao desenvolvimento dessa fonte de energia. Ainda que haja uma grande oferta de energia renovável no Brasil, ele acredita que fontes energéticas como a solar, a eólica e a biomassa não serão capazes de, sozinhas, suprirem toda a demanda do País. “Elas têm um papel complementar”, disse.



Fonte: Agência Brasil

VIA: http://macroabc.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12053:energia-solar-integrara-matriz-energetica-do-pais-dentro-de-5-anos&catid=84:tecnologia&Itemid=439

Debate no fórum do grupo Documento Ditadura, tendo como tema: A ditadura civil-militar - Na ótica de Daniel Aarão Reis

Debate transcorrido no fórum do grupo Documento Ditadura no facebook, tendo como tema a postagem: A ditadura civil-militar - Na ótica de Daniel Aarão Reis, que pode ser conferida aqui.

Confira abaixo o desenrolar do debate.
Dagmar Vulpi Bastante interessante a publicação do amigo Paulo Cesar Alves. Na postagem do Daniel Aarão Reis são apresentadas as possibilidades de um "contraditório" que convergem para um caminho que, por certo trará diferentes interpretações e conseqüentes opiniões dos amigos aqui do grupo Documento Ditadura. Este é o objetivo do grupo, e sinceramente eu ficaria muito satisfeito em ler essas opiniões.
Para isso fica o convite para o debate.
Osvaldo Bertolino ‎Dagmar Vulpi: Concordo com ele. Não uso o termo "ditadura militar" por ser impreciso. Abraço.
Espedito Freitas Expropriar o sistema bancário, Mesbla, Bombril, Lojas Americanas, Shell, Esso, Atlantic que, o Jânio também usou o slogan da vassoura, ñ é? Concordo com ele sim! _ O Jango tinha uma boa plataforma de trabalho, mas, o partido e certos assessores... Sem comentários!!!
Os militares só queriam essa deixa para dar o golpe e principalmente os magnatas empresários, elite burguesa que patrocinaram e deram logísticas, e se aliaram aos USA que foi e é, o mais olhudo nas riquezas brasileiras....
Andre Prado Definitivamente não podemos eximir a sociedade civil no golpe de 64. Se realmente houve um movimento de massa a favor do golpe, isto só nos leva a crer na premissa, de que o povo, devido a sua ação reacionária, teve o governo merecido e sofreu as conseqüências. A ação dos militares, foi um tiro no pé desses mesmos brasileiros reacionários que apoiaram a ditadura, iniciado pela grotesca intenção de instituir o chamado e fracassado milagre econômico brasileiro, que com o decorrer do processo trouxe apenas concentração de renda, atraso e miséria absoluta ao país. Agora a questão é definir se a comissão da verdade, não deva investigar também esses mesmos segmentos civis que se enriqueceram graças aos crimes que a ditadura militar cometeu. Evidentemente houve uma escolha pela força de uma considerável parcela da população civil. Então, se a sociedade institucional rever esses processos, considerando que não houve uma legitima defesa dos interesses nacionais, como os militares alegam, que se apure os crimes contra os direitos humanos, apontando juridicamente os autores em todos os seus aspectos, nas esfera militar e seus cúmplices que foram coniventes nos setores da sociedade civil.
William Machado Canoas Também concordo com o Daniel Aarão Reis, mas gostaria de deixar registrado que, enquanto o Brasil não julgar os apoiadores da ditadura,não se libertara dos fantasmas. Todos nós sabemos quem apoiou e quem esteve ao lado dessa época triste do Brasil.
Carlos Molina Bom texto!
Célio Novais André nem todos os setores da sociedade civil brasileira, se ferraram com o golpe, a classe média e a Igreja de fato saíram com uma mão na frente e outra atrás, mas a grande elite se beneficiou e muito com a Ditadura. As grandes multinacionais, o Império Marinho, "coronéis" nordestinos como Sarney e a família Collor, políticos udenistas que se mantiveram fiéis aos milicos, gente do judiciário, das polícias, funcionários públicos, etc. Isso sem falar dos interesses norte-americanos que aqui foram preservados. E o pior de tudo é que esses safados tão soltos e continuam enchendo o rabo de dinheiro com a "esquerda" (se é que podemos chamar disso) do PT...
Eduardo Homem da Costa
Célio Novais,tem também o Eike foi gerado nesta ditadura,quanto ao professor esqueceu do maior inimigo deles que foi Brizola que arriscou a vida para restabelecer a legalidade,e conseguiu.Só falam de Governo Goulart e esquecem dos grandes trabalhistas que estavam a seu lado. Este "esquecimento" é de propósito e ele o sofreu em vida e agora morto.
Célio Novais Sim havia vários setores que apoiavam Jango, Aarão, meu professor, diga-se de passagem, dá entender q tvz a maior parte apoiou o golpe, ou por volta da metade dela. Mas isso é um pouco estranho, já que Jango fora eleito vice (os vices eram eleitos naquela época) e conseguiu restabelecer seus plenos poderes como Presidente, chefe de Estado, com base num plebiscito no qual saiu vitorioso também, diga-se de passagem. O PTB era um Partido fortíssimo, herdeiro direto do Trabalhismo e de Vargas, que era adorado até por muitos militares golpistas, tinha como base praticamente toda a força sindical, os movimentos sociais na cidade e no campo, parte do PSD e apoio dos comunistas do PCB, na ilegalidade desde o governo do General Dutra, isso sem falar que dentro das próprias Forças Armadas haviam muitos oficiais com muitas estrelas no peito que apoiavam Jango, exemplo como o Marechal Lott, ou melhor a Campanha da Legalidade de Brizola em 1961, mostrou bem que grande parte das Forças Armadas apoiava Jango, o General Machado Lopes, comandante do Terceiro Exército (Do RS e SC), tinha como plano marchar com Jango até Brasília e se unir a outros Estados e exército, principalmente o 6º Exército em Goiás e o 1º Exército no Rio de Janeiro (q estava meio fulo com as posições entreguistas de Carlos Lacerda), principalmente antigos tenentistas e oficiais q haviam apoiado os governos de Vargas, q não eram poucos, quiçás não fossem maioria. Isso sem falar que dentre os próprios generais golpistas em torno do maestro do Golpe, Golbery, também eram discordantes se faziam ou não o Golpe, ou se mesmo fazendo-o ficariam no poder de forma provisória ou permanente.
Se o apoio popular ao regime fosse tão forte, não haveria então tanta necessidade do Regime perseguir de forma tão cruel, fria e coordenada a oposição, e não falo só em oposição armada por parte de alguns dissidentes do PCB, mas falo também de oposição pacífica, principalmente do próprio PTB que teve seus congressistas praticamente mandados à força ao exílio.
Eduardo Homem da Costa Bem lembrado ele foi eleito duas vezes vice teve mais votos que Juscelino se não me engano, e depois com o Jânio, mas foi a campanha da legalidade desencadeada por Brizola pelo rádio que nos levou ao tal "Parlamentarismo" e com ele agitando ao plebiscito e a vitoria do Presidencialismo.
Célio Novais Sim Eduardo, de fato seria provável q Brizola se elegesse presidente em 65, já que não era permitida reeleição (isso só é permitido depois que FHC compra quase todo o Congresso, diga-se de passagem). O que os militares temiam, se cagavam de medo pra ser sincero. Existia até um jingle inventado pelo próprio Brizola, "Cunhado não é parente, Brizola pra presidente!". rsrsrsrsrs. Se Brizola subisse à presidência seria um novo Vargas, mas sem muitos dos defeitos que tinha Vargas. Brizola tinha a mente aberta, era um político ardiloso e tinha desejo de vingança com os udenistas e militares que tentaram armar o Golpe contra Jango em 1961 e detalhe, Brizola não se entregaria como fez Jango, ou faria uma nova Revolução no país, ou seria morto como um mártir na capital, como ocorreu com Allende no Chile cerca de dez anos depois.
O parlamentarismo é empurrado goela abaixo pra Jango, por que ele aceitou... tanto que em Porto Alegre ele fora humilhado por populares por ter aceitado o acordo, se não me engano as mulheres jogaram calcinhas nele. rsrsrsrs. De fato em 1961, Jango poderia ter eliminado da jogada toda a trupe de Golbery e os udenistas estonteados com os planos sem noção de Jânio Quadros.
Eduardo Homem da Costa Só não foi por que os Sargentos da Aeronáutica esvaziaram os pneus dos aviões que iriam bombardear o palácio do Governo onde estava a Rádio da Legalidade transmitindo para grande parte do Brasil e o povo estava indo para la para impedir o bombardeio.
Hoje a China onde estava Goulart é a segunda maior economia do mundo, Cuba continua a mesma e ao ouvirmos o discurso dele na Central do Brasil veremos que é atualíssimo na matéria Reformas que nunca foram feitas.
Andre Prado Célio você fala de uma elite que se beneficiou do golpe, evidentemente que falo da maioria dos trabalhadores que foram submetidos a um nível abaixo da linha da pobreza ou aqueles que reproduziram meramente sua sobrevivência, servindo como massa de manobra, bem como os setores organizados dos trabalhadores e setores politizados da sociedade, contrários ao golpe como únicos a se ferrarem e serem oprimidos com tamanha violência, já que setores da classe média tradicionalista, ainda tiveram dividendos dessa atrocidade e vergonha na nossa história. Definitivamente, o conjunto de forças da direita estava muito mais organizado, nesse movimento de reação a democracia, o arranjo de forças do Estado autoritário militar se sobressai, excluindo determinados segmentos de apoio, caso dos setores que você citou na divisão do poder. O golpe só foi possível graças a divisão da esquerda, enfraquecida, do nível baixíssimo de consciência política da maioria da população, já que somente alguns setores industrializados dos trabalhadores do sul e sudeste estavam organizados, palco de um conflito onde prevaleceu a ação reacionária.
Lembro também que Brizola fez um esboço de reação, comandando uma resistência com setores favoráveis a reforma de base, os chamados legalistas, composta pelo alto-comando das forças armadas, segmentos progressista da Igreja Católica, Militares de baixa patente e estudantes de universidades adeptos das Reformas de Base. Se as lideranças de esquerda, já divididas, tivessem somado forças em conjunto com os setores progressistas, e se Jango fosse firme no propósito de defender a democracia, preferindo, ao invés disto, fugir a lutar, provavelmente o rumo dos acontecimentos seria outro. A meu ver os generais da ditadura encontram condições favoráveis para implantar o sistema se fortalecendo na desorganização política de seus opositores.
E digo mais, como em 64, atualmente, as forças de reação ainda estão muito mais organizadas do que os setores progressistas e de esquerda. A esquerda de modo geral é dividida e não consegue formar um bloco solido para se tornar um partido de massas, prefere culpar o PT, ao fazer sua própria autocrítica no contexto político. Se eximindo de sua responsabilidade pelo atraso. Não consigo ver uma população de trabalhadores politizada, que em minha opinião, está em situação pior que em 64, segmentos dispersos e estratificados com interesses contrários e distintos, uma nova classe média, não muito diferente das aristocráticas tradicionais acreditando ainda no milagre econômico. A grande massa ainda é influenciada e condicionada pela mídia, que cria um clima propicio para o controle das elites no poder. O PT hoje, sem ser um partido hegemônico, por conta dessa divisão e desorganização da esquerda é um reflexo dessas condições, prezo a uma ala conservadora e com receio dos setores reacionários, tentando operar a maquina do Estado com os meios que dispõe. Setores militares, grandes latifundiários, fundamentalistas religiosos, bancos e políticos profissionais a cercá-lo, fazendo ameaças ou pressão e tentando desmoralizar o governo Dilma. A democracia, só não está fragilizada e nem ameaçada por uma possível pretensão golpista, porque, nessa altura dos acontecimentos, não contaria com apoio da comunidade internacional e principalmente dos EUA. Caso contrario, se não houvesse, ao menos, o crescimento econômico e o apoio desse governo da grande maioria, com as atuais forças de esquerda e progressistas sem identidade ideológica e uma população sem qualquer identificação ideológica, os blocos reacionários, com estas condições propicias, já teriam tomado o poder a força.
Carlos Molina Concordo em parte, se a dita esquerda marxista pelos mais diferentes motivos (sectarismo, priorização da táticas em vez da estratégia, etc.) não teve a devida competência para se reaglutinar, também não dá para eximir os sociais democratas que utilizaram do PT para esvaziar a reorganização dos agrupamentos marxistas vendendo a ilusão de que este era a "frente de esquerda". Fato que na época foi tão do agrado do regime militar, que logo não colocou nenhum obstáculo para que este projeto se consolidasse. Com o tempo a direita petista, no início agrupada na Articulação, hoje Campo Majoritário, cada vez mais a direita, foi de fenestrando do quadro partidário todos aqueles que iam contra as suas proposições e perspectivas de poder.
Andre Prado Tente projetar Bolcheviques, que aglutinaram forças e se tornaram um partido da grande maioria, isto porque estavam sintonizados com as suas reais possibilidades. Só assim conseguiram fazer a revolução. Isto só vem provar que as forças de esquerda dentro do PT não tiveram competência para se estabelecer e nem aglutinar forças dos trabalhadores, sendo completamente aniquilados pela articulação. Em política, meu amigo não existe domínio sem organização. Mais uma vez a direita se sobressai dentro do PT e na sociedade como um todo,porque a esquerda não consegue ter forças para predominar, esta é a verdade. Um abç.
Carlos Molina É que a social democracia petista recebeu muita grana do exterior para montar o seu projeto, principalmente o vindo da Alemanha, como contou com a estrutura secular organizacional já pronta "emprestada" pela Igreja. Os marxistas tiveram de recomeçar do zero. Então não dá para cair do reducionismo de uma mera "falta de competência". O PT foi e é um engodo!
Andre Prado Concordo, o PT é um engodo, mas a esquerda não fica muito longe não. PC do B, PPS, PSOL, PV, que até então tinha em Marina como angorá, então perceba como a esquerda não tem identidade nesse momento. Estão tão dispersos que não conseguiram ter um eixo legitimamente polar na transformação da sociedade e nunca conseguiu aglutinar forças para se tornarem um partido de massas. Admita que a esquerda não consegue se estabelecer como força política.
Osvaldo Bertolino Quem é a esquerda hoje? Quais são seus principais atores?
Identidade faz parte de um processo, sem isto não há sintonia com as reais possibilidades de transformação. Como é que você espera que os trabalhadores se vejam representados se não existir identificação, meu caro?
Andre Prado Quem é a esquerda hoje? Quais são seus principais atores?
Identidade faz parte de um processo, sem isto não há sintonia com as reais possibilidades de transformação. Como é que você espera que os trabalhadores se vejam representados se não existir identificação, meu caro?
Eduardo Homem da Costa Resumindo "Cacarejaram na esquerda e botaram os ovos na direita" O PT é a UDN de macacão. Mas a luta continua o caminho é para uma Frente, mesmo sem "fundos",e apoiarmos candidatos progressistas que existem em vários segmentos,e esta é uma proposta do M.R.L.B. Movimento de Resistência Leonel Brizola da qual faço parte.
Andre Prado Rsss, você resumiu muito bem Eduardo. "Cacarejaram na esquerda e botaram os ovos na direita", porém hj é muito pior, a esquerda hoje não tem voz e nem ação ou reação. Estão paralisados, a espera de um milagre revolucionário. Mediocridade, meus caros.
Osvaldo Bertolino A subjetividade nunca foi boa companheira para analisar a realidade concreta. Essa é a vantagem do marxismo. A verdadeira identificação com as coisas reais. E, em se tratando da pluralidade da esquerda, hoje essa identificação está por toda parte. É só olhar e ver. Sem viseiras dogmáticas.
Andre Prado Será que nós estamos analisando a mesma realidade, pela perspectiva dialética. Existe antagonismo de classes sociais hoje? Os trabalhadores estão estratificados e lutando dentro de seus próprios núcleos, cada qual com seus interesses distintos e fechados, lutando entre si. Eles realmente se sentem aglutinados em torno de uma proposta comum? Tem as mesmas afinidades no campo social e político?
A esquerda foi capaz de absorver os interesses dos trabalhadores? Veja por exemplo, no caso da comunidade pinheirinho, a direita fez o que quis e a esquerda só cacarejou sem poder fazer nada.
Eduardo Homem da Costa Então tá,"Não importa a cor do gato desde que ele coma o rato". Só que os gatos estão gordos e preguiçosos comem ração, e os ratos também estão e sua alimentação é a mesma de sempre. O Olho grande está entrando na China.
Andre Prado Na minha modesta opinião era muito mais viável os gatos estarem se arranhando dentro do saco, entre esquerda e direita, tendo oposição dentro do PT, do que os marxistas se estilhaçarem em fragmentos insignificantes e sem qualquer resultado pratico a nível político. A direita enquanto isto, tem a mesma identidade quando se trata de seus projetos, e se une mesmo em partidos diferentes.
Deixamos os caras da direita, acabarem com nossos sonhos dentro do PT. Hoje ele se tornou facção única, sob o controle dos sociais democratas travestidos de esquerda.


MODIFICADO DE: http://ditaduraverdadesomitidas.blogspot.com/2012/04/debate-no-forum-do-grupo-documento.html

Comissão Especial define plano de trabalho do Marco Civil da Internet

A Comissão Especial (CE) da Câmara dos Deputados, criada para analisar o projeto de lei 2126/2011 aprovou, nesta quarta-feira (11), o plano de trabalho de estudos da proposta que cria o Marco Civil Regulatório da Internet. Serão seis seminários e duas audiências públicas em Brasília, “a primeira na próxima terça-feira (17)”, informa o presidente da CE, deputado João Arruda (PMDB-PR).

O roteiro aprovado na primeira reunião do projeto do Marco Civil da Internet inclui ainda o convite para aproximadamente 70 técnicos e especialistas em internet para participar das audiências e seminários, adiantou João Arruda. Segundo o presidente, o plano foi proposto pelo relator, deputado Alessandro Molon (PT-RJ).

O primeiro seminário, segundo o deputado, está programado para 26 de abril, em Porto Alegre. “Na sequência teremos seminários em João Pessoa, no dia 3 de maio, São Paulo no dia 10 de maio, Curitiba em 17 de maio, Salvador no dia 24 de maio e Rio de Janeiro, no dia 31 de maio”, disse João Arruda.

“A previsão é encerrar o ciclo de debates com uma nova audiência pública em Brasília, no dia 5 de junho”, completou. A lista de convidados inclui blogueiros, representantes da internet, a exemplo do Google, professores universitários, entidades de proteção ao consumidor, representantes do Comitê Gestor da Internet, bem como promotores, delegados, e membros do Governo.

Debates
As apresentações irão abordar temas como: Direitos dos Usuários, Responsabilidade Civil de Terceiros e Diretrizes para Governança da Internet, entre outros. “Quem não puder participar das audiências e seminários, poderá acompanhar os debates e enviar perguntas e sugestões pelo portal e-Democracia da Câmara”, explicou João Arruda.

Os debates pela internet terão a participação do ex-ministro da Cultura, o músico Gilberto Gil e o escritor Paulo Coelho. “Eles irão discutir sobre a música e a literatura no universo da internet brasileira”, destaca o relator, Alessandro Molon.

Contexto
O PL 2126 foi enviado pelo Poder Executivo à Câmara em 24 de agosto de 2011. O anteprojeto foi elaborado após uma consulta feita pelo Ministério da Justiça, de novembro de 2009 a junho de 2010, quando recebeu mais de duas mil contribuições e aproximadamente 18,5 mil visitas.

João Arruda lembra que as pessoas interessadas podem participar também através do e-Democracia, um portal da Câmara pelo qual a população pode se manifestar sobre temas importantes, além do Seminário. A previsão é que o relatório sobre o projeto do Marco Civil da Internet esteja concluído até o final do primeiro semestre deste ano.

Mais informações no e-mail: cemarcocivil.decom@camara.gov.br e através do site oficial que será inaugurado no dia 17 de abril, durante a primeira audiência pública no Salão Verde da Câmara.


As informações são do site do deputado federal João Arruda (PMDB-PR) que é o presidente da Comissão Especial que analisará o Marco Civil da Internet

VIA: http://paranablogs.wordpress.com/2012/04/13/comissao-especial-define-plano-de-trabalho-do-marco-civil-da-internet/#more-4221

A política para os ricos por trás do tsunami monetário

Por trás do tsunami monetário existe uma opção de distribuição de renda a favor dos ricos. Ao contrário dos gastos fiscais, que usam empréstimos do setor privado e receita de senhoriagem para financiar o gasto público de infraestrutura e a favor dos menos afortunados, a política de expansão monetária em sua forma atual beneficia só os ricos, pois só eles podem tomar dinheiro na caixa do do Fed e do BCE a custo quase nulo e aplicar a taxas maiores. O artigo é de J. Carlos de Assis.


A investida da presidenta Dilma contra o tsunami monetário promovido pelo Fed e pelo BCE foi um golpe de mestre para justificar a intervenção brasileira no mercado de câmbio através da elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (6%). A Presidenta também advertiu a Europa para a necessidade de políticas desenvolvimentistas, o que é uma boa indicação de que, aqui, vamos controlar os fluxos de capitais e abandonar o ensaio fiscal tosco que nos jogou na quase recessão de 2,7% de aumento do PIB no ano passado.

Faltou dizer uma coisa de que poucos se dão conta: por trás do tsunami monetário existe uma opção de distribuição de renda a favor dos ricos. Ao contrário dos gastos fiscais, que usam empréstimos do setor privado e receita de senhoriagem para financiar o gasto público de infraestrutura e a favor dos menos afortunados, a política de expansão monetária em sua forma atual beneficia exclusivamente ricos, pois só ricos, via bancos, podem tomar dinheiro na caixa do do Fed e do BCE a custo quase nulo e aplicar a taxas maiores.

As políticas de austeridade, nesse contexto, não passam de um truque semântico da tecnocracia para iludir a opinião pública e o meio político. Afinal, como classificar de austeridade a concessão pelo BCE e o Fed de empréstimos aos bancos privados à taxa de 1% ou 0,25%, quando nada se fez para impedir que esses mesmos bancos continuem se lançando ao mesmo tipo de aventuras especulativas fraudulentas que levaram à bancarrota de 2008? E o lado mais espantoso dessa história é que não estamos diante de uma questão moral, mas de eficácia.

Desde a Grande Depressão nos anos 30, sabe-se que política monetária pode travar a economia, mas não tem como estimulá-la. Ou seja, mesmo que a liquidez bancária esteja elevada, os empresários não tomam empréstimos para investir porque não têm confiança na demanda. Em consequência, o dinheiro “empoça”. A metáfora histórica que descreveu o processo aponta a política monetária como um barbante amarrado numa pedra: ele puxa a pedra, mas não consegue empurrá-la.

Por que, então, a Europa, liderada pela Alemanha, dá preferência a política monetária em vez de política fiscal para supostamente reanimar a economia? A resposta já está indicada acima: a política monetária expansionista é sobretudo a favor dos ricos, enquanto a política fiscal tende a beneficiar os pobres através de políticas públicas, assim como o conjunto da sociedade, e não especificamente os ricos, quando se trata de investimentos de infraestrutura. É claro que o protocolo impedia Dilma de dizer isso a Merkel. Mas ela bem que merecia ouvir.

Vejamos um pouco mais. O BCE a contragosto comprou no mercado secundário títulos dos governos italiano e espanhol, assim como da Grécia: supostamente, seria um benefício indireto aos países. Falso. O alívio funcionou para os detentores originais dos títulos que os havia comprado dos governos no passado. Em nenhum hipótese o BCE assegurou liquidez aos governos, mediante compra direta de seus títulos, mesmo porque isso está proibido pelo estúpido Tratado de Maastricht e pelo Paco de Estabilidade e Crescimento que implementou o euro.

É fato que a compra pelo BCE de títulos dos governos europeus no mercado secundário poderia abrir espaço para os governos colocarem novos títulos, conseguindo assim dinheiro novo para financiar suas políticas públicas e até a retomada do crescimento. Isso, contudo, não acontece, nem pode acontecer: os governos estão atrelados a políticas fiscais ditadas pela troika (BCE, FMI, Comissão Européia) que impede qualquer veleidade de política voltada para o financiamento do investimento público novo.

A Europa está assim no pior dos mundos para a população geral, e o melhor dos mundos para os ricos: de um lado, o BCE bombeia dinheiro para os bancos; de outro, falta dinheiro para os governos financiarem as políticas públicas; de outra parte, o setor produtivo privado, temeroso de investir, “empoça” o dinheiro abundante ou se volta para a especulação. De fato, as corporações globais americanas têm em caixa quase 2 trilhões de dólares líquidos para investir, mas não investem. É que, sem aumento do gasto fiscal, não haverá demanda para sustentar o crescimento dos países industrializados, a despeito de sua elevada liquidez.

Há uma situação em que o tsunami monetário pode se voltar contra os ricos: na medida em que gera inflação, diluirá o valor real dos títulos de riqueza líquida não indexados. No curto prazo, porém, essa hipótese é improvável. Com os países industrializados em recessão e uma imensa capacidade ociosa nas economias, e com a menor pressão da economia chinesa (7%) sobre matérias primas, não há espaço para inflação de origem monetária. No médio prazo, quando surgirem sinais de recessão, o Fed e o BCE apertarão mais uma vez a política monetária, gerando recessão e desemprego, e mais uma vez os ricos estarão a salvo.

(*) Economista, professor da UEPB, autor com Francisco Antônio Doria do recém-lançado “O universo neoliberal em desencanto”, editado pela Civilização Brasileira.
FONTE: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19759

catasters


GATO AMA VIOLÃO

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segunda-feira, 9 de abril de 2012

CORRIDA AO FIES APÓS O JURO CAIR

URO MENOR PROVOCA CORRIDA RUMO AO FIES
Correio Braziliense - 07/04/2012



Com o corte de 9% para 3,4% ao ano na taxa do crédito educativo, a expectativa do governo é de que o número de contratos fechados com a Caixa e o Banco do Brasil supere 152,4 mil de 2011 e chegue a 350 mil em 2012



Governo corta de 9% para 3,4% ao ano o custo do financiamento estudantil. Total de contratos bate recorde

O estudante Phillipe Lima, 23 anos, é daqueles que contam os centavos na hora de gastar o suado dinheiro. Desde a infância, aprendeu valorizar a luta dos pais para lhe dar o melhor. Ele sabia, porém, que, quando crescesse, teria de batalhar para bancar o curso de direito que tanto almejava. Encaixar as mensalidades no apertado orçamento da família seria quase impossível. "Só pensava no crédito educativo", conta. O problema estava nas regras impostas pelo governo para o financiamento estudantil. Juros, prazo de pagamento curto demais, tempo para dar entrada nos documentos. Tudo dificultava os seus planos.

Do ano passado para cá, depois de muita insistência dos estudantes, o horizonte se abriu para Lima e milhares de jovens que, sem apoio de uma linha de crédito acessível, não têm a menor condições de chegar à universidade. O governo, que havia facilitado a vida dos que queriam comprar a casa própria e o carro zero, decidiu fazer do financiamento estudantil uma arma para tirar o Brasil do atraso na educação.

Não só reduziu as taxas de juros do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), de 9% para 3,4% ao ano, como ampliou o prazo para a quitação da dívida e passou a oferecer empréstimos o ano interior e não apenas no início do período letivo. Resultado, nunca tantos estudantes se renderam ao crédito educativo.

A perspectiva é de que, apenas nos quatro primeiros meses deste ano, o volume de financiamentos por meio do Fies supere os 152,4 mil contratos assinados em todo 2011. Até o fim de março, 127 mil universitários já haviam sido beneficiados e 36 mil estavam à espera do sinal verde do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, responsáveis pelas linhas de crédito. A meta do governo é de que o ano feche com 350 mil jovens contemplados. E Lima estará entre eles. "Sem o apoio do Fies, tudo seria diferente. A mensalidade do meu curso de direito custa R$ 1.173,75. É muito dinheiro", diz.

Vantagens
O futuro advogado ressalta que a redução da taxa de juros foi preponderante na hora de optar pelo financiamento. "As taxas de juros caíram sensivelmente. Com os encargos anteriores, eu pagaria muito além do valor do meu curso somente em juros", destaca. O rapaz ressalta, no entanto, que, mesmo com todas as vantagens, a universidade ainda lhe sairá caro. "Mas tenho absoluta certeza de que valerá a pena, pois o mercado de trabalho está cada vez mais seletivo. Tenho consciência de que, não fosse o crédito educativo, eu não estaria estudando", completa. As estimativas dos bancos mostram que, dos jovens que têm entrado no curso superior apoiados por linhas de crédito, 80% são os primeiros de suas famílias a chegarem à universidade.

Lima também foi beneficiado pela ampliação do prazo de pagamento. Antes de 2010, ele pagaria o empréstimo em, no máximo, duas vezes o tempo do curso almejado. No seu caso, como optou por direito, teria 10 anos para quitar os cinco de estudo — do ingresso à formatura. Agora, no entanto, ele tem até 16 anos para pagar o Fies, ou seja, o triplo do tempo de curso mais um ano. Essas mudanças, por sinal, fizeram, segundo o Ministério da Educação, dobrar o número de alunos que procuram financiamento.

Nos cálculos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em 2009, 32 mil estudantes foram contemplados pelo Fies. Um ano depois, o número subiu para 75,6 mil. Em 2011, atingiu 152,4 mil. "Neste ano, esperamos um novo salto. Além das 127 mil operações já oficializadas, outras 36 mil ainda estão em andamento", explica o diretor de Gestão de Fundos e Benefícios do FNDE, Antônio Corrêa Neto.

Inadimplência
Segundo o diretor de Empréstimos e Financiamentos do Banco do Brasil, Marcelo Augusto Dutra Labuto, a instituição já fechou mais de 65 mil operações de Fies neste ano. "Inicialmente, a expectativa era de encerrarmos 2012 com um estoque de 120 mil contratos, considerando o acumulado desde 2010. Com o desempenho do primeiro trimestre, contudo, elevamos a estimativa para 150 mil", afirma. O BB pretende desembolsar R$ 5 bilhões neste ano, mais do que o dobro do total desembolsado nos dois anos anteriores, de R$ 1,7 bilhão. Até 2010, a única operadora do Fies era a Caixa, que não quis se pronunciar sobre o assunto.

Apesar de positivo para a educação brasileira, Corrêa Neto, do FNDE, reconhece que o grande salto no número de estudantes que ingressam nas faculdades por meio do Fies pode representar um risco para o fundo, que bancará R$ 2,5 bilhões dos financiamentos neste ano. Motivo: a disparada da inadimplência, um problema para o FNDE e para as instituições educacionais, que assumem, juntos, o a responsabilidade pelo não pagamento das dívidas.

"Mas temos de arcar com os riscos, inerentes a qualquer negócio", pondera o diretor do FNDE. O país, admite ele, precisa urgentemente de profissionais qualificados para sustentar o crescimento econômico. Por isso, o governo deve investir pesado em educação. "De qualquer forma, acreditamos que a inadimplência será baixa, tendo em vista as prestações mais acessíveis com o novo programa", acrescenta. Ele projeta um índice de atrasos abaixo de 5%, taxa considerada aceitável, segundo o mercado financeiro. "Ainda é muito cedo para termos uma ideia concreta da inadimplência, já que os estudantes que adotaram o Fies com as novas adaptações não se formaram", afirma.

Baixa capacitação

A baixa qualificação profissional é um dos principais gargalos do Brasil. A média de escolaridade no país é de apenas 7,2 anos de estudo. Para tentar mudar esse quadro, o Plano Nacional de Educação exige que 33% dos jovens de 18 a 24 anos estejam no ensino superior até 2020. Significa inserir pelo menos mais 5 milhões de pessoas nas faculdades e universidades.

VIA: http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/4/7/corrida-ao-fies-apos-o-juro-cair

Raadh: Argentina e Uruguai declaram apoio à candidatura brasileira para a Corte Interamericana de Direitos Humanos

A candidatura do advogado brasileiro Roberto Caldas para juiz titular da Corte Interamericana de Direitos Humanos recebeu dois apoios de peso durante a 21ª Reunião de Altas Autoridades de Direitos Humanos e Chancelarias do Mercosul e Estados Associados (Raadh), realizada em Buenos Aires entre os dias 26 e 29 de março. Na declaração final do encontro, Argentina e Uruguai fizeram constar seu apoio ao Brasil e agora se somam a Colômbia, Venezuela e Suriname, que já haviam anunciado apoio ao advogado brasileiro. A eleição será no próximo mês de junho.

A candidatura de Roberto Caldas foi apresentada pela ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), durante a Raadh. Caldas tem um histórico de militância nas questões relativas à defesa dos Direitos Humanos e do trabalhador. A Corte, sediada em São José, na Costa Rica, é composta por sete juízes eleitos entre os países membros da Organização dos Estados Americanos (OEA). Seu objetivo é garantir o respeito ao ordenamento jurídico da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.

Crianças e Adolescentes – A Comissão Permanente da Iniciativa Niñ@sur para a promoção de Direitos de Crianças e Adolescentes participará de Reunião Plenária da Comissão de Coordenação de Ministros de Assuntos Sociais do Mercosul, que será realizada em Buenos Aires em 7 de junho próximo. Naquela oportunidade, serão discutidos aspectos fundamentais do Programa de Ação elaborado pelos técnicos do Instituto de Políticas Públicas do Mercosul (IPPDH), que tem por objetivo assegurar direitos de crianças e adolescentes migrantes e suas famílias no marco do Plano Estratégico de Ação Social do Mercosul.

Também em junho próximo, em data ainda a ser definida, será realizada em São José, Costa Rica, Audiência Pública sobre o pedido de Opinião Consultiva sobre Direitos de Crianças e Adolescentes Migrantes, apresentado de forma conjunta pelos quatro Estados Partes do Mercosul à Corte Interamericana de Direitos Humanos.

A 21ª Raadh aprovou ainda uma declaração conjunta de repúdio a todos os atos de violência contra a população LGBT. Na declaração, os Estados assumem a responsabilidade de adotar, dentro dos parâmetros das instituições jurídicas de cada país, “políticas públicas contra a discriminação de pessoas em razão de sua orientação sexual e identidade de gênero”. O texto sugere ainda a criação, no âmbito da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, de uma Unidade para os Direitos LGTB.

Na área da Pessoa com Deficiência houve uma série de avanços, como ressaltou a diretora de Políticas Temáticas da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da SDH/PR, Ana Paula Crosara. “A plenária aprovou três acordos importantes para a área da deficiência: para dar visibilidade às mulheres com deficiência, para garantir o acesso à justiça e para que a capacidade legal seja um fundamento para todas as alterações legislativas no âmbito de cada país do Mercosul”.

A Comissão sobre Educação e Cultura em Direitos Humanos decidiu pela realização de um seminário de alto nível sobre Educação em Direitos Humanos e pela instituição de uma rede entre as universidades do Mercosul.

A 21ª Raadh também avançou no debate sobre temas importantes nas áreas de promoção dos direitos da Pessoa Idosa; do tema Verdade, Memória e Justiça; e Indicadores em Direitos Humanos.

A próxima Reunião de Altas Autoridades de Direitos Humanos e Chancelarias do Mercosul e Estados Associados será realizada no Brasil, no segundo semestre deste ano.
FONTE: http://www.direitoshumanos.gov.br/clientes/sedh/sedh/2012/03/30-mar-2012-raadh-argentina-e-uruguai-declaram-apoio-a-candidatura-brasileira-para-a-corte-interamericana-de-direitos-humanos

“Quando vai acabar a ditadura civil-militar?”

Leia, a seguir, o manifesto das entidades que compõem o Cordão da Mentira

“Quando vai acabar a ditadura civil-militar?”

Dizem que quando uma mentira é repetida exaustivamente, ela se torna verdade. Dizem também, que é como farsa que o presente repete o passado. Por isso, vamos "celebrar" a farsa, a mentira e sua repetição exaustiva.

No dia da mentira de 1964, ocorreu o golpe que instituiu a ditadura civil-militar. Dizem que ela acabou. Porém, a maior ilusão da história brasileira repete-se. A ditadura civil-militar se fortalece no golpe de Primeiro de abril 1964 e, até hoje, ninguém sabe quando vai acabar! Nós vamos celebrar.

No dia primeiro de abril, abram alas para o Cordão da Mentira!

Quando admitimos que os crimes do passado permaneçam impunes, abrimos precedentes para que eles sejam repetidos no presente. Com a roupagem indefectível da democracia, da constituição, do direito à livre manifestação, o Estado continua executando os seus inimigos e calando de uma forma ou de outra aqueles que pensam e atuam em favor da tolerância, em favor da utilização dos espaços públicos de maneira respeitosa e saudável. Em nome da manutenção da produção e do consumo ostensivo vivemos o estado de exceção como regra e o direito conquistado de ir às urnas acaba apenas legitimando o que é uma verdadeira licença para calar, reprimir, matar.

Afinal:

Quando vai acabar o massacre de pobres nas periferias?

Quando os corpos do passado serão encontrados e dignamente reconhecidos em suas lutas?

Quando as armas dos militares deixarão de ser o signo do extermínio?

Até quando o dinheiro de poucos financiará o silêncio de muitos?

Até quando ouviremos o ronco dos Caveirões, Fumanchús e das Kombis genocidas?

Lembremos Pinheirinho, Eldorado do Carajás, Araguaia e as Ligas Camponesas! Casos que podem ser vistos como exemplos históricos do nosso tempo para a compreensão do processo pelo qual o Estado colocou a especulação imobiliária, a propriedade privada e a lucratividade acima da vida. Nada pode ser mais valorizado do que a vida. Somente um Estado calcado em mentiras pode favorecer essa inversão de valores.

Lembremos Mariguela, Pato N´Água, Herzog e os 492 executados em São Paulo em Maio de 2006! Personlidades anônimas ou conhecidas exterminadas pelas práticas autoritárias que resolvem suas contradições à bala.

Hoje, uma simples Comissão da Verdade - que apenas pretende investigar a história - levanta os fantasmas do passado, ocultos nas sombras da Lei de Anistia. Façamos então um Cordão da Mentira! Celebremos com a força dos batuques a farsa que une presente, passado e futuro.

Vivamos nossa balela! Enquanto isso, ditadores são julgados e condenados por seus crimes em terras argentinas, chilenas e uruguaias. Falemos outra língua: a gramática do engodo com o sotaque do esquecimento. Entremos na contramão da história!

Risquemos da memória que alguém pagou pra ver até o bico espumar no choque agudo das genitálias! Exaltemos os gozos pervertidos de empresas e seus braços armados, irmãos de sangue do torturado. Lembremos as mãos limpas que aplaudem as sessões de sofrimento. Pois o que vale é a fábula da tradição, assassina de famílias, com a maior propriedade!

Povoemos os porões do imaginário, com tudo aquilo que a ditadura encarcerou na sua cultura! Levemos pra lá o samba dos cordões, as imagens censuradas, as bocas amordaçadas. Fantasiemos as ruas com seus símbolos de opressão! Enganemos a todos com as farsas de nossa história!

Neste Primeiro de Abril, façamos a Mentira responder: Quando vai acabar a ditadura civil-militar?

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Grupos que apoiam o Cordão:

Bloco Carnavalesco João Capota Na Alves
- Brava Cia.
- Buraco d’Oráculo
- Cia. Antropofágica
- Cia. Estável de Teatro
- Cia. Estudo de Cena
- Cia. do Latão
- Cia. São Jorge de Variedades
- Coletivo Contra a Tortura
- Coletivo Dolores Boca Aberta
- Coletivo Desentorpecendo A Razão
- Coletivo Merlino
- Coletivo Político Quem
- Coletivo Zagaia
- Comboio
- Comitê Paulista de Verdade Memória e Justiça
- CSP - Conlutas
- Engenho Teatral
- Esquina da Vila
- Grupo Folias
- Grupo Milharal
- Grupo Tortura Nunca Mais/SP
- Kiwi Companhia de Teatro
- Luta Popular
- Mães de Maio
- Ocupa Sampa
- Os Aparecidos Políticos
- Projeto Nosso Samba de Osasco
- Rua do Samba Paulista
- Samba Autêntico
- Sarau do Binho
- Sarau da Vila Fundão
- Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo - SASP
- Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo – SINTUSP
- Tanq_ ROSA Choq_
- Tribunal Popular

FONTE: http://www.brasildefato.com.br/content/%E2%80%9Cquando-vai-acabar-ditadura-civil-militar%E2%80%9D