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quarta-feira, 7 de março de 2012

Aposentadoria de servidores públicos: benesse de marajá?

Engraçado como a imprensa em geral aborda essa questão da aposentadoria dos servidores públicos.
Faz um paralelo entre duas pessoas – uma da iniciativa privada e um servidor público – que ganham R$ 26.900,00 e opta por “simplificar a questão” dizendo que o primeiro vai se aposentar com R$ 4.300,00 (teto da Previdência Social) e o segundo vai se aposentar com os mesmos R$ 26.900,00 da ativa. Revoltante não?
Não diz de forma clara que o servidor paga um preço altíssimo para essa “benesse”. Não diz que este servidor, pra se aposentar com o salário de R$ 26.900,00, pagará à sua previdência durante 35 anos de serviço, R$ 3.000,00 todo mês, enquanto que o da iniciativa privada que ganha os mesmos R$ 26.900,00, paga míseros R$ 340,00.
Caso esse “detalhe” fosse dito de forma clara não haveria a revolta da sociedade, a benesse seria vista como ela de fato é: um tratamento diferente a quem contribui diferente por toda a vida profissional. Mas ao invés do falar de forma clara, a imprensa (quando muito), fala, de forma repartida e diminuindo o volume da voz, que o servidor “contribui com 11%”.
Ora, a maioria da população não é treinada para decifrar charadas! Quantos dos ouvintes raciocinarão que 11% de R$ 26.900,00 é mesmo R$ 2.959,00? E que isso se dá todo mês?
É o triunfo da meia-verdade! É querer dizer que servidor público é tudo igual: grandes oportunistas do cargo que ocupam.
E ainda põe o camarada da iniciativa privada dizendo que gostaria de manter o seu padrão na aposentadoria, dando, triunfante, a palavra final.
Ora, ele pode sim manter o padrão! Tem a opção. Basta fazer o plano de aposentadoria complementar e entregar a um banco mais R$ 2.500,00 todo mês pra, depois de 35 anos (R$ 30.000,00 por ano; R$ 1,05 milhão em 35 anos), manter o seu padrão. Mas... será que ele quer? Será que está disposto a abrir mão do presente, das viagens para a Europa com a família, pra investir num futuro seguro?
O servidor, ao contrário, não tem esta opção. Ao ingressar num cargo de R$ 26.900,00 não poderá optar por descontar apenas R$ 340,00 por mês e arcar com a aposentadoria baixa. Terá que contribuir compulsoriamente com R$ 2.959,00 por mês. Passará os 35 anos de serviço temendo o golpe final – alguém dizer a ele que é igual a todo mundo e que por isso terá que se aposentar ganhando R$ 4.300,00.
Francamente. Eu esperava isso de diversos setores da imprensa, deixei de ser assinante de Veja de forma definitiva justamente por causa dessas verdades de conveniência. Mas ouvir isso no Jornal Nacional, esperando até o final que fosse dita toda a verdade e não a ouvindo, por uns momentos me faz acreditar que a imprensa é realmente toda igual. Um bando de oportunistas da função que exercem, pois adoram falar meias-verdades."
Nicomedes Lopes do Rego Filho, servidor público concursado do estado de Pernambuco, empossado aos 20 anos de idade (somente se aposentará com 58 anos, portanto contribuirá 38 anos) e desconta não 11%, mas sim 13,5% todo mês.
Com a dica de Itárcio José de Sousa Ferreira
VIA:http://contextolivre.blogspot.com/2012/03/aposentadoria-de-servidores-publicos.html

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